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"Nascuntur Poetae, fiunt oratores"

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

EFATÁ


Esta é uma homenagem aos 10 anos do Projeto Efatá – um projeto para surdos da Igreja Batista Betânia.
A Igreja Batista Betânia fica na estrada Manuel Nogueira de Sá, 538 Sulacap – RJ endereço eletrônico: 
http://www.ibbetania.com/
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 EFATÁ

Havia em uma cidade um homem de nome José. Ele não era absolutamente nada além de um ser humano qualquer. Mas todos o viam como um ser de capacidade espiritual inigualável. E ele gostava.

Nesta mesma cidade morava um homem de nome João, Todos o olhavam com indiferença, porém ele não guardava mágoas no coração.

José era líder da comunidade, os membros o viam muito além do que Pastor da Igreja, pois ele esbanjava conhecimento. Quando falava, falava como quem pregava, e quando pregava, abusava de uma autoridade que diziam: José conhece a Deus.

João era padeiro, na verdade muito mais que padeiro, ele também ia ao balcão vender o pão. Possuía baixa instrução, pois desde cedo decidiu trabalhar para sustentar a casa. Afinal seu pai morrera muito jovem. Todos na cidade o conheciam como João o padeiro que faz pão.

José nasceu em uma família onde o berço já estava no evangelho, seu pai era Líder dos pastores das 5 igrejas da cidade, sua mãe era líder das mulheres. Para José ouvir falar de Jesus foi algo muito simples, pois ele respirava desde criança os serviços e a vida dos pais. Crescer e se tornar pastor foi tarefa simples, bastou completar o curso de Teologia e a influencia da família.

João nasceu em uma família pobre e necessitada de quase tudo. Aos 10 anos de idade perdeu seu querido pai, e para sustentar a casa: sua mãe e 4 irmãos, João decidiu fazer pão e vender na garagem da sua casa, local que mais tarde fez a padaria que é hoje. Aos 26 anos ouviu falar de Jesus pela primeira vez, ele sempre enfatizava: ouvi falar de outros Jesuses na minha juventude, mas do Jesus que conheço hoje só aos 26 anos ouvi.

José casou-se aos 29 anos com a uma moça chamada Clarissa, filha do Empresário Paulo, um dos ajudadores e ou patrocinadores da Igreja. Foi um casamento magistral muito enriquecido por detalhes, um evento feito na fazenda do pai da noiva. Muitos dizem que foi um casamento sem amor, mas o que entendemos do coração das pessoas? O boato veio após a transferência da Igreja de um local onde cabiam 500 pessoas para um que suportavam 5 mil, junto com o apoio da equipe de pastores a candidatura do Sr Paulo a deputado.

João se casou com 26 anos, sua esposa Bianca veio de outra cidade, e foi ela segundo João, que apresentou o verdadeiro Jesus a ele. O casamento foi simples, ainda na igreja antiga, sem festa, apenas cumprimentos de felicidade.

José enquanto pastor estava toda quinta e domingo na igreja pregando o evangelho. Não era hábito vê-lo pelas ruas nos outros dias da semana, em sua casa não recebia visita de membros da sua igreja, apenas abria as portas da sua casa para eventos, e fora os cultos só se reunia com as lideranças. 

João enquanto padeiro também vendia pão, leite, revistas e jornais. E sempre distribuía para seus clientes um panfleto com palavras da bíblia. Muitos iam até a padaria para ouvi-lo falar de Jesus, nem compravam nada. 

Certa vez pediram ao pastor José que deixasse João dá uma palavra, e a sua palavra foi simples onde transcrevo um pequeno resumo:
Um dia me perguntaram se eu não achava estranho que me chamassem de João o padeiro que faz pão, isso por ser redundante. Quero dizer que nunca achei estranho e a expressão me cabe muito bem, posso explicar o motivo. Sou um homem que quando pega a massa e o fermento, faço mais que misturá-los – faço pão. O pão que vocês comem, nasce daquilo que sou, do dom que Deus me deu. Se eu vender para vocês aquilo que eu não faço, serei apenas João o vendedor de pão. No entanto, se eu não fizesse o que faço com o coração, estejam certo que eu seria como um pastor que prega o que não vive.
Talvez muitos de nós escutamos, mas não abrimos os ouvidos para palavra de Deus; Enxergamos, mas não abrimos os olhos para o Jesus que nos pede pão; 
Amamos, mas não abrimos a porta do coração para que Jesus reine em nós;
Falamos que somos cristãos enquanto aqui estamos, mas não somos a imagem de Cristo quando lá fora habitamos. Aqui dentro somos felizes, alegres e santos – entretanto lá fora somos pessoas desumanizadas aos prantos.
Eu gostaria de deixar uma palavra de Jesus: efatá! Que os nossos olhos possam ver a glória de Deus, os nossos ouvidos possam ouvir a boa palavra de Deus para que a fé genuína possa vir até nós, e o nosso coração possa ser o consumador deste verbo – efatá, nos fazendo entender que tudo que em nós está fechado para o entendimento e realização do evangelho deve-se abrir. Então digamos ao nosso coração: abre-te para que eu entenda o que o Senhor diz as Igrejas.

Logo após esta palavra, João voltou ao seu lugar, e antes que o pastor José tomasse a palavra, Felipe, membro do grupo de louvor, foi ao altar e pediu para falar. Por se tratar de alguém do grupo de louvor foi permitido.

Disse Felipe: eu não posso deixar para o fim, quero neste momento dizer que aceito o Senhor Jesus como meu único Senhor e Salvador.
Todos davam glória... aleluia, pois pensavam que ele estava apenas adorando e glorificando, contudo Felipe continuou:
Esses que vocês vêem na igreja não sou eu... na verdade sou casado com uma mulher, mas a esta mulher nunca fui fiel, pois tenho uma vida paralela com outra mulher a anos. E mesmo depois de vir para essa igreja, não deixei de vê-la. Podem me julgar, sei que sou merecedor. Porém hoje entrego a minha vida a Jesus confessando o meu pecado, não serei mais escravo.

Houve um grande murmúrio na congregação... diziam: que absurdo, como pode adulterar, um pecador no meio do grupo de louvor, há uma mancha negra entre nós...
O pastor tomou a palavra, pediu silêncio e falou: irmãos, irmãos, o caso é grave, normalmente votaríamos em secreto a exclusão do irmão Felipe, todavia como ele falou publicamente acho que não há necessidade de votação.
Felipe abaixou a cabeça e sussurrou: eu mereço a exclusão. Foi se dirigindo para fora da igreja. Quando estava chegando próximo dos últimos bancos, perto da porta, João se levantou e gritou: irmão! Espere, irei contigo. Ninguém entendeu a atitude e pediram uma ação do pastor. Então falou o pastor: Irmão João, você pode ficar, porque vai?
João respondeu: eu sou pecador demais para viver entre os justos. Vocês precisam de vocês, nós pecadores precisamos de Jesus. Não deixaremos de ser pecador, mas nos arrependendo Jesus nos lava do pecado.
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O que escrevi é apenas um conto apartir do ponto de vista. Nomes, situação e local não são reais, mas nos arremete a pensar onde estamos e que tipo de ser humano somos.

Nem sempre quem escuta ouve;
Quem tem olhos vê;
Quem tem coração sente e entende.
Talvez seja a hora de dizer para nós mesmos – efatá:
abre-te ouvidos para que eu escute e veja;
abre-te olhos para que eu veja e compreenda;
abre-te coração para que eu compreenda que Jesus deve habitar verdadeiramente em mim.

Marcos7:32 E trouxeram-lhe um surdo, que falava dificilmente, e rogaram-lhe que impusesse: as mãos sobre ele.
33 E, tirando-o à parte de entre a multidão, pôs-lhe os dedos nos ouvidos e, cuspindo, tocou-lhe na língua.
34 E, levantando os olhos ao céu, suspirou e disse: Efatá, isto é, abre-te.
35 E logo se lhe abriram os ouvidos, e a prisão da língua se desfez, e falava perfeitamente.

“O Evangelho é simples assim”

A Paz do Senhor a Todos R. Daniel

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